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Juicebox #01 - Lollapalooza 2015

No primeiro episódio do nosso podcast, contamos um pouco das nossa experiências nas edições passadas desse querido festival, falamos sobre o line-up desse ano e expectativas para os shows!

Will Butler "Policy"


Se você quer ouvir este álbum achando que tem algo em comum com Arcade Fire, pode pegar o seu "The Suburbs" e ir escutá-lo ao invés disso. Mas se você não se importa com uma nova experiência, “Policy” pode ser ideal para você. 

O primeiro álbum solo do Will Butler mostra que o seu talento vai muito além dos vários instrumentos que ele toca na banda canadense, se aventurando nos vocais, composições e mostrando que ele consegue mergulhar em um universo totalmente diferente e fazer um álbum com uma sonoridade que não lembra em nada a música do Arcade Fire. Ele soa bem americano na verdade, como é possível perceber em “Witness”, com um refrão fácil e o coral de fundo; e com o que lembra um pouco de country em “Take my side”

Mesmo sendo um álbum curto (possui oito músicas e tem quase meia hora de duração), é possível ser dançante como em “Anna” e "Something's Coming" e ao mesmo tempo ideal para aquele momento relax ao som de “Sing to me”. Então se você acha que ficará muito chocado ao ouvir este álbum feito por um Will que você (ainda) não conhece, faça-o mesmo assim. Não lembre do “Funeral”, do “Neon Bible” e nem mesmo do “Reflektor”, conheça o “Policy”


Franz Ferdinand Sparks?

Já chegou na graça do público que o Franz Ferdinand vai lançar um novo álbum e turnê. Mas a diferença dessa tour vai ser a banda veterana Sparks, que vai acompanhar os meninos da Escócia. 

Mas você aí, conhece Sparks? A banda americana, apesar de não ser muito conhecida, é uma grande influência no mundo da música. Com 40 anos de carreira e 22 álbuns lançados, poucas bandas podem dizer que tem tanta experiência quanto Sparks. A carreira da dupla é muito variada: no catálogo de álbuns estão presentes subgêneros como Glam Rock, Art Rock, New Wave e SynthPop. Resistir ao sucesso desses subgêneros nos anos 80, sobreviver ao Grunge e Pop dos anos 90 e continuar na ativa até 2015 é um triunfo da dupla.



Sparks é um clássico exemplo da banda Underdog que tem mais influência do que aparenta. De ter Queen como banda de abertura até ter um jovem Morrissey (pré Smiths) como stalker, Sparks figura junto com David Bowie e Roxy Music no panteão de pioneiros do Glam Rock. Uma influência indireta que pode ser ouvida no britpop (com Suede e Pulp, diretamente) e no indie rock.

E é no Indie Rock que chegamos ao Franz Ferdinand. Depois de uma carreira consistente, um grande passo para banda chega com esse novo álbum e turnê parceria. Abandonar a segurança das baladinhas Indie e se aliar a uma banda não muito conhecida pelos jovens é um ótimo risco a se tomar. Justo que muito das bandas do começo dos anos 2000 não existem mais (olá White Stripes!) ou chegaram num plateau musical (Beijos Arctic Monkeys), é um ótimo exemplo para o cenário a reinvenção do Franz Ferdinand. 

Já tem datas de tour marcadas pela Europa!!



Agradecimentos especiais para: Renato Campello, o maior fã de Sparks do Brasil

Rubria Gruby, revisora técnica linda maravilhosa

Músicos e suas preferidas do Radiohead

Já pensou o que o Noel Gallagher (Oasis, High Flying Birds), o Wayne Coyne (Flaming Lips), o Nikolai Fraiture (Strokes e Nickel Eye) acham sobre Radiohead? O site Sterogum  fez uma lista com vários artistas e as suas músicas preferidas da banda de Thom Yorke. Confira alguns:


"Eu gosto de The Bends. Eu lembro de comprar ele quando saiu. Eu lembro que "Fake Plastic Trees" me deixou muito impressionado quando ouvi. Estava escrevendo canções como "Champagne Supernova" e "Don’t Look Back In Anger" e isso parecia um pouco com "Fake Plastic Trees", sabe?, parecia familiar logo de cara (...) Eles fizeram muitas coisas boas, como "Karma Police". São uma boa banda com um bom vocal. Johnny Greenwood é um dos meus músicos preferidos..."
                                                                                                    -Noel Gallagher (Oasis)



"Depois que The Bends saiu, eu não ouvi muito Radiohead por uns dois anos (...) Foi só em 2005 que eu voltei e fiquei viciado nas suas músicas, e em 2006 nós fomos convidados por eles para abrir alguns shows nos Estados Unidos. Lembro que os últimos dois shows foram no Madison Square Garden, e ver eles tocando "Idioteque" me deixou boquiaberto. Não posso dizer se "Idioteque" é minha música preferida deles pois não consigo isolar uma só como favorita. Mas foi a primeira vez que eu percebi a importância de ver uma banda ao vivo. Especialmente uma banda como Radiohead."
                                                                                     -Patrick Carney (The Black Keys)



Confira a lista completa, com artistas como Skrillex, Kathleen Hanna e Megan James no link abaixo:

http://www.stereogum.com/1785330/33-musicians-discuss-their-favorite-radiohead-songs/list/



The Killing Moon por Underdog


Você conhece o site Kul Britania? Pois então, eles são um portal de música especialmente focada na Inglaterra! Recentemente eles começaram a fazer sessões de covers com músicas famosas e bandas novas. Dá uma olhada nessa versão de "The Killing Moon" do Echo and the Bunnymen da banda Underdog:

 

Pastelão ou Solitário Nunca Mais

Foi uma grande surpresa quando vi na biblioteca pública de Porto Alegre um grande acervo de livros de Kurt Vonnegut. A primeira vez de muitas que me apaixonei por Vonnegut foi quando li "Matadouro 5", no segundo ano do Ensino Médio. Naquela época eu não entendia muito sobre a vida (não que agora eu entenda tudo), logo eu não consegui identificar os temas principais do livro.
Quando retirei "Pastelão ou Solitário Nunca Mais" na biblioteca, eu não fazia a menor ideia do que aquele livro falava. Só sabia que sendo do Vonnegut, era algo promissor. Logo na primeira pesquisa que fiz sobre o título encontrei várias críticas ruins sobre a obra, a maioria delas dizendo que era o começo do declínio literário do autor. Sendo assim, fui com as expectativas baixas na leitura. 
Já no começo tive uma ótima surpresa com um maravilhoso prólogo, onde Kurt descreve em quatorze páginas o porquê de ter escrito o livro e ainda fala sobre sua relação com família e amor. Uma das principais falas é sobre sua irmã Alice, sua maior leitora e ouvinte.
Talvez seja Alice o maior motivo de Vonnegut declarar Pastelão como uma obra quase biográfica: o livro trata a relação do narrador (Wilbur Narciso Silvestre-11 Swain) com sua irmã gêmea Eliza. Isolados desde o nascimento em uma mansão, os dois eram uma espécie de "monstros" humanos, com dois metros de altura aos nove anos e quatro mamilos cada. Até os quinze anos foram declarados deficientes mentais porque recusavam se comunicar com qualquer pessoa.
"Todas as informações que recebíamos a respeito do mundo em que vivíamos indicavam que era uma coisa maravilhosa e idiota. Logo, cultivamos a idiotia. Recusávamo-nos a falar de modo coerente em público. "Buh", e "duh", era o que dizíamos. Babávamos e revirávamos os olhos. Peidávamos e ríamos. Comíamos cola-tudo."
“Mas Eliza, que era exatamente tão alta quanto eu, não podia esperar uma acolhida agradável em parte alguma. Não havia papel convencional concebível para uma mulher com doze dedos nas mãos e outros doze nos pés, quatro seios, um cérebro neandertalóide semigenial, e que pesava um quintal e tinha dois metros.”  
Wilbur e Eliza eram gênios quando estavam juntos, escrevendo teorias sobre a gravidade e controle populacional. São essas duas teorias que fazem o cenário pós-apocalíptico-estranho que envolve a trama: Wilbur escreve suas memórias nas ruínas do que já foi Nova Iorque, em um mundo onde a gravidade é variável (graças a experimentos dos chineses). O nome estranho de Wilbur (Narciso Silvestre 11 Swain) foi fruto do seu governo como presidente dos Estados Unidos (pois é), onde sua principal proposta era re-organizar as famílias do país afim de dar novos parentes a todos: Toda e qualquer pessoa que recebesse nome x (Narciso Silvestre, Amendoim, Esquilo) seria parente, independente de qualquer fator. Por isso "Solitário Nunca Mais", a frase era o Slogan da campanha de Wilbur.
Por fim, Vonnegut não decepciona. Usa suas marcas registradas (sempre repete a mesma frase "Ai ô" no fim dos parágrafos e tem um subtítulo para a obra) e apresenta uma história de fácil identificação, mesmo com personagens malucos e nonsense. Classic Vonnegut.

Trechos do livro
Download do livro em pdf (Em inglês, não tem em PTBR)
 
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